Tuesday, January 5, 2010

Camargo Corrêa vende a CNEC por R$ 170 milhões | Brasil Econômico

Camargo Corrêa vende a CNEC por R$ 170 milhões | Brasil Econômico

Braço da área de desenvolvimento de projetos de engenharia do grupo é comprado pela australiana WorleyParsons.
A Ponte Rio-Niterói foi projetada pela CNEC, que passa a fazer parte da australiana WorleyParsons
A Ponte Rio-Niterói foi projetada pela CNEC,
que passa a fazer parte da australiana WorleyParsons

A inauguração do primeiro escritório internacional, em Buenos Aires, na Argentina, no dia 16 de fevereiro de 2009, fazia parte dos planos de expansão internacional que a Camargo Corrêa havia traçado para CNEC, empresa de serviços de engenharia do grupo. Mas, em menos de um ano, tudo mudou.

A CNEC Engenharia, agora, pertence ao grupo australiano WorleyParsons, que até há poucos meses era um de seus concorrentes no mercado brasileiro. A venda foi assinada no dia 31 de dezembro e oficializada ontem, quando a WorleyParsons - que tem ações listadas na bolsa de valores australiana desde 2002 - divulgou um comunicado oficial ao mercado financeiro.

Valor do negócio: R$ 170 milhões, dos quais R$ 130 milhões serão pagos em dinheiro pelos australianos. Os R$ 40 milhões restantes são recursos disponíveis no caixa da CNEC que ficarão com os antigos controladores, da Camargo Corrêa.

"A CNEC é fundamental para a nossa estratégia de expansão na América Latina e para a ampliação da nossa presença nas áreas de óleo, gás e energia hidrelétrica, dois mercados que têm grande potencial", disse ao Brasil Econômico o vice-presidente para América Latina e Caribe da WorleyParsons, Simon Carter.

Talvez isso explique o fato de o valor pago ter sido quase sete vezes maior que a expectativa de geração de caixa da CNEC para este ano de 2010, de R$ 25 milhões. "A união da nossa experiência com a da CNEC vai trazer sinergias que podem criar muitas oportunidades", afirma Carter.

José Ayres de Campos, presidente da CNEC, diz que a venda foi a maneira que a Camargo encontrou para que a empresa de consultoria continuasse crescendo. "Quando iniciamos a estratégia de internacionalização, sentimos a necessidade de nos capacitar para a área de refino de petróleo, onde ainda não tínhamos conhecimento suficiente, apesar da experiência que havíamos adquirido com a elaboração de projetos de petróleo e gás", afirma.

"E nos deparamos com duas alternativas: comprar ou ser comprados. Acabamos ficando com a segunda opção. Daqui para a frente a Camargo vai se focar em construção e nas outras áreas nas quais já atua."

Histórias cruzadas

Fundada em 1971 por John Grill, a australiana WorleyParsons era uma pequena consultoria que começou a crescer nos anos 1980 depois de comprar as operações de uma concorrente americana. Hoje atua em 37 países, tem 28,8 mil funcionários e faturamento anual de US$ 6,2 bilhões. No ano fiscal de 2009, encerrado em 30 de junho do ano passado, acumulou lucro líquido de US$ 390,5 milhões.

No Brasil, o grande contrato fechado pela WorleyParsons recentemente foi com a Petrobras. A empresa australiana é uma das escolhidas para elaborar parte do projeto de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Ela abocanhou um projeto de US$ 110 milhões dentro do investimento estimado de US$ 8,4 bilhões que será feito pela estatal brasileira.

Já a CNEC foi fundada em 1959 por professores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) também como uma consultoria de engenharia e incorporada 10 anos depois pela Camargo Corrêa.

Até ser vendida para os australianos, era a divisão responsável pelo desenvolvimento dos projetos de engenharia, gerenciamento de obras e empreendimentos, além de prestar consultoria e assessoria técnica para clientes como Vale, Alcoa e Petrobras.

Elaine Cotta   (ecotta@brasileconomico.com.br)
05/01/10 07:09

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