Ana Paula Paiva/Valor |
Campos, presidente: atrativo da CNEC é capacitação em geração hidroelétrica |
Segundo a Camargo, o negócio se justificou porque a CNEC tinha pela frente desafios para continuar se expandindo: precisava se capacitar na área de petróleo e gás e mineração, e precisava de ajuda para decolar no mercado internacional. Outro motivo da venda tem origem legal: segundo a lei de licitações brasileira, o fato de a mesma empresa fazer o projeto e executar a obra pode gerar conflito de interessa, podendo levar um grupo a ser desclassificado na concorrência.
A área de geração de energia é um dos principais focos da Camargo Corrêa, e a CNEC tradicionalmente entra na elaboração dos principais projetos desse setor. A empresa já participa dos inventários - os levantamentos iniciais - para projetos como Belo Monte e os complexos do Tapajós, de 11 GW, Juruena, com 13 GW.
Segundo o presidente da CNEC, José Ayres de Campos, para a WorleyParsons o que mais interessa na empresa, exatamente, é a sua expertise no setor hidroelétrico, seja para disputar projetos no Brasil ou no exterior. Para a CNEC, a presença internacional e a atuação da australiana no ramo de petróleo, mineração e outras - como energia nuclear- devem ajudar no crescimento da unidade brasileira. Entre os mercados de interesse para a CNEC está Angola, onde a WorleyParsons já está instalada.
Conforme Ayres, apesar da aquisição, a empresa vai manter o nome - no caso, passará a se chamar CNEC-WorleyParsons -, bem como o presidente e o quadro de 1, 1 mil funcionários. 'Apesar da mudança do controle acionário, continuamos sendo uma empresa brasileira', afirma Simon Carter, diretor da WorleyParsons para as Américas. A compra da empresa vai marcar a entrada do grupo no mercado brasileiro, ajudando em sua atuação na área de hidrocarbonetos (óleo e gás), mineração, metais e, claro, hidroelétrica.
Multinacional com 120 escritórios e faturamento de US$ 6, 2 bilhões em 2009, a WorleyParsons tem no Brasil apenas um escritório com 50 funcionários no Rio de Janeiro, voltado para atender projetos de exploração em águas profundas, e negocia seu primeiro contrato com a Vale. A australiana tem crescido em ritmo vertiginoso - foram 15 aquisições nos últimos cinco anos, as quais quadruplicaram sua receita. (FT)
Camargo vende divisão de projetos
Valor Online de São Paulo
05/01/2010
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